Se o nascimento da imprensa brasileira pode ser considerado por muitos como tardio – oficialmente o marco inicial deu-se apenas em 1808, com o lançamento do Correio Braziliense e da Gazeta do Rio de Janeiro -, por outro lado pode-se dizer que muito tempo antes, mais precisamente em 1500, já foram direcionados à Europa os primeiros relatos sobre o país. Era a carta do escrivão Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal, documento que reportava os acontecimentos que marcaram a viagem da esquadra de Pedro Álvares Cabral até o Brasil e os detalhes da nova terra.

            Não é de hoje que o Brasil desperta interesse e curiosidade de outros países, quer seja por sua riqueza e diversidade cultural e étnica, quer seja por sua fauna e flora exuberantes, ou mesmo pela efervescência política e pela excentricidade características de uma nação de dimensões continentais que ocupa posição de destaque na América Latina.

            Sendo assim, é natural que a imprensa internacional destaque jornalistas para cobrir a realidade e o cotidiano de nosso país, o que ganha ainda mais importância nos tempos atuais, em que o mundo encontra-se cada vez mais globalizado e o público busca por notícias nas mais variadas fontes, sejam elas jornais, televisão, rádio ou pela internet.

            É inegável que as agências de notícias têm uma importante função a partir do momento em que abastecem a mídia com informação, mas é também é inquestionável que a presença do jornalista no local onde ocorre o fato confere à notícia um enfoque mais preciso e direcionado para o seu público. Por isso os grupos de comunicação investem no deslocamento de enviados especiais e correspondentes ao exterior.

            Ao contrário dos enviados, que geralmente vão cobrir uma pauta específica e por um período curto, o correspondente vive uma espécie de exílio, pois passa a morar no país por algum tempo (geralmente alguns anos) e vivencia de perto aquilo que noticia ao seu país de origem. Geralmente são jornalistas que estão preparados para tratar de vários assuntos, além de obviamente ter o domínio do idioma estrangeiro.

            No Brasil, especificamente, esses profissionais geralmente têm um nível de conhecimento sobre o país que muitos brasileiros não possuem, pois às vezes fazem cobertura nos mais variados lugares, e dos mais variados assuntos: da Amazônia a uma comunidade carente; de um povoado rural à realidade de um país que é uma das grandes potências econômicas no cenário da economia global. E também vivenciaram junto aos jornalistas locais e ao povo muita história, como a época da ditadura militar, os escândalos na política e as crises e reviravoltas na economia, apenas para citar alguns.

            Durante todo esse tempo, a imprensa internacional reunida no país acompanhou enormes mudanças no Brasil, mas manteve o seu foco na aproximação com fontes importantes numa relação dinâmica com autoridades, instituições e protagonistas da história brasileira.

ANJ – https://www.anj.org.br/site/servicos/menindjornalistica/107-historia-do-jornal-no-brasil/738-imprensa-brasileira-dois-seculos-de-historia.html

Livro: https://bdm.unb.br/bitstream/10483/5057/1/2013_RenataSilveiraRusky.pdf

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